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Um pouco mais de azul.....escuro.

“ Dominar é fácil, reinar é que é difícil “

Johann Wolfgang van Goethe

 

O ambiente se manteve instável nos mercados internacionais na última semana, diante da continuidade das preocupações acerca da  economia norte-americana e dos temores em  torno de problemas com outras instituições financeiras. As previsões para estes fatores vão se deteriorando, tanto em termos de indicadores de atividade econômica – cuja agenda é cheia nesta semana – como também para novas baixas contábeis dos grandes bancos em decorrência das perdas com a crise do subprime. Deste modo, o humor dos investidores não tende a se alterar nos próximos dias, mantendo a volatilidade nos preços dos ativos.

No Brasil, a deterioração ocorreu no cenário para a política monetária, com a consolidação do sentimento de boa parte dos analistas de que o Banco Central irá, de fato, aumentar os juros na reunião de abril. Contribuiu para ampliar esta perspectiva a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, que apontou elevação em todas as projeções para o IPCA em 2008 e 2009. Mais contundentes foram as declarações do Diretor de Política Econômica do BC Mário Mesquita ao comentar o documento: segundo ele, “o BC tem que atuar de forma preventiva”, e que “esperar a inflação divergir da meta leva a ação mais forte”, de modo que a “atuação preventiva seria mais eficiente”. Ou seja, ficou evidente que o voto dele na reunião será pela elevação da Selic. Cabe confirmar se os demais membros do Copom irão acompanhar tal visão, o que vai se tornando provável.  De toda maneira, ainda que seja definida pela alta dos juros em abril, não parece necessário promover um aperto intenso, ao passo que o objetivo é apenas preventivo – evitar que as expectativas para a inflação superem o centro da meta.

A agenda da semana trás indicadores relevantes no exterior, como os índices ISM de atividade e os dados do mercado de trabalho (payroll). Dificilmente trarão boas notícias. Além dos indicadores, o presidente do Federal Reserve Ben Bernanke fala no Congresso na quarta-feira, sobre as perspectivas para a economia – deve confirmar a tendência negativa no curto prazo, mas trazer uma palavra de confiança para uma retomada no futuro.

No cenário interno, a semana reserva novos dados do front inflacionário. Além dos próprios índices de inflação, a produção industrial do IBGE e os indicadores industriais da CNI devem confirmar o cenário de atividade muito aquecida, o que será um combustível adicional para as apostas de alta dos juros.

Voltando aos mercados, ainda não há sinais de recuperação do ambiente. A volatilidade continuará sendo a tônica, seguindo os dados econômicos, as notícias do setor financeiro e a evolução dos preços das commodities. A bolsa continua com viés negativo, sendo apenas opção seletiva – atentar para o comportamento de Petrobras, após notícias de nova descoberta de reservatório de petróleo e gás. A taxa de câmbio tende a retomar trajetória de baixa, mas o ambiente externo tenso evita movimentos mais acentuados. Por fim, juros futuros seguem pressionados pelo maior risco de alta na Selic, especialmente os mais curtos.

 

Paulo J H Dias

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Fontes: Link Investimentos / Banco Schahin